Hoje pela manhã tivemos um debate sobre o Exame do Cremesp durante o 50º Congresso Brasileiro de Educação Médica (COBEM). Falaram um representante do Cremesp (Renato Azevedo), um representante do CFM (Carlos Vital Tavares Corrêa Lima), um representante da ABEM (Mauricio Braz Zanolli) e um representante da DENEM (Klaus Nunes Ficher).
Podemos dizer que foi constrangedor ver que os dois representantes do Cremesp presentes no debate pareciam ser os únicos que enxergavam alguma consequência boa na obrigatoriedade de seu exame e na implementação de um Exame de Ordem para Medicina.
Um fato politicamente muito importante do debate foi o pronunciamento claro de Carlos Vital informando que o CFM não é favorável ao Projeto de Lei de 2004 do Senador Tião Viana que discorre sobre a criação de um Exame de Habilitação para Medicina e que o Cremesp elogia como um PL ideal.
Numa fala que superou todas as outras que já havia feito, o professor Maurício Zanolli, da Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA), trouxe números e dados concretos que provaram de forma bem clara a manipulação de informação feita pelo Cremesp para ganhar a opinião pública acerca do tema, colocando a posição da ABEM também contrária a esta avaliação precária com consequência devastadoras para a Educação Médica.
Após a fala do estudante do 5º ano da Unifesp, Klaus Nunes Ficher, que já foi da Coordenação Regional SUL 2 e da Coordenação de Educação em Saúde da DENEM, os estudantes presentes no debate levantaram cartazes e banners com posições contrárias ao exame e gritaram palavras de ordem pedindo por uma avaliação de verdade e puxando o boicote à prova, que ocorrerá dia 11 de novembro.
Todas as intervenções feitas pela platéia foram no sentido de questionar a legitimidade que o Cremesp tem para implementar esta prova obrigatória aos egressos de Medicina em São Paulo e demarcando posições claramente contrárias a um futuro Exame de Ordem para Medicina, demonstrando que ainda há pessoas que realmente se preocupam com o futuro da Educação Médica e da Saúde no país.
Como o tempo reservado para o debate no Congresso foi insufuciente (2 horas, apenas), não foi possível realizar o último bloco de perguntas, fazendo com que a Coordenadora Geral da DENEM, Marcela Vieira, que estava inscrita para falar, subisse ao palco e demarcasse mais uma vez a posição da DENEM contrária a essa precarização da nossa educação e essa discussão superficial sobre saúde centralizada na figura do médico.
O boicote organizado ao Exame do Cremesp foi referendado na ROEx ocorrida ontem, sendo a sugestão para isso a marcação da letra B no gabarito de todas as 120 questões da prova para evitenciar o Boicote e demarcar nossa crítica.
Várias Escolas Médicas vieram procurar a DENEM para promover a discussão com qualidade e aprofundamento em suas locais, sendo muito boa a perspectiva de ampla politização desta pauta e de união e organização para lutar pela qualidade da educação superior e da atenção à saúde da população.
NO DIA DO EXAME DO CREMESP, MARQUE 'B' DE BOICOTE EM TODAS AS QUESTÕES!
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